– Quis fazer uma homenagem ao cinema expressionista alemão, e…
– Desculpe. Uma pergunta: o que é o cinema expressionista alemão?
O argumentista e realizador Eduardo Brito parou, sorriu, e levou-nos aos primórdios do cinema, quando a técnica recentemente inventada era usada para gravar cenas do quotidiano, e alguns realizadores começaram a contar histórias cheias de dramatismo e a usar os recursos possíveis para criar tensão e suspense. Depois mostrou o seu “O Facínora”, e repetiu algumas cenas do filme para melhor explicitar o que dissera sobre a ligação ao expressionismo de há cem anos. Mostrou também o seu filme mais recente, “Penúmbria”, que vinha apresentar a vários festivais alemães. Mais uma vez repetiu cenas para exemplificar algumas das escolhas e das dificuldades da produção, e contou vários episódios curiosos do processo de criação e realização.
Esta conversa aconteceu em Outubro deste ano, na Escola Kurt Schwitters, em Berlim, no âmbito de um ciclo de eventos que a 2314, Associação Cultural Portuguesa em Berlim, está a preparar com a equipa da Coordenação do Ensino de Português na Alemanha, de forma a oferecer aos alunos uma perspectiva mais aprofundada sobre esta área da cultura, em particular na sua especificidade portuguesa. Esta iniciativa insere-se num projecto mais alargado de trazer cinema português a Berlim.
Os alunos participaram animadamente na conversa, que lhes tornou o trabalho de fazer cinema algo muito mais palpável e próximo. No decorrer da sessão abriram-se portas para os mais interessados darem os primeiros passos nesta área cultural.
A 2314 agradece a Eduardo Brito a generosidade da presença e a competência, o profissionalismo e o entusiasmo com que conduziu esta sessão. Agradece igualmente à Coordenação do Ensino de Português na Alemanha todo o apoio prestado.
E – last but not least – agradece as sugestões e o trabalho de Tiago Cutileiro, sem o qual esta sessão não teria sido possível.